Já tem algum tempo que eu procuro aprofundar o meu escasso conhecimento sobre gestão de pessoas e de como as empresas lidam com ex-funcionários. Confesso que em determinados momentos fico em dúvida sobre alguns conceitos internos, pois as atitudes que vejo e ouço dizer diferem um pouco do que penso e de como eu agiria pessoalmente. Nessa busca me deparei com um artigo excelente escrito pelo Fábio Akita, e que fez com que eu me sentisse, bem menos de outro planeta como tenho me sentido nos últimos tempos. Transcrevi abaixo na íntegra.
"O relacionamento com seus funcionários começa antes deles serem contratados e continua mesmo depois deles terem saído da sua empresa.
As empresas costumam ter dois tipos de tratamento bem diferentes e bem conhecidos pela maioria de nós. Existem aquelas que tratam a saída de um funcionário como “traição” – especialmente se eles forem trabalhar na concorrência. Existem aquelas que tratam a saída como apenas um “intervalo” ou, mesmo se eles não forem voltar, os tratam como pessoas que ajudaram a empresa no passado e que devem ser lembrados por isso.
Estava conversando com um grande amigo meu e ele me lembrou de um termo que os americanos usam: “Alumni”. Semanticamente esse termo se refere a ex-alunos, graduados. As universidades não os chamam de “ex-alunos” mas de “alumni” (alumnus, no singular).
Não tem coisa pior para os funcionários que ficam, ver seus chefes falando mal de quem saiu, porque demonstra falta de respeito pelo trabalho executado. Os funcionários que ficam se desmotivam porque sabem que terão o mesmo tratamento quando saírem. E não é incomum ver em empresas a estratégia de tentar desmoralizar quem saiu para dar a impressão de que “saiu porque era ruim, quem era bom ficou”.
Isso se torna um incentivo negativo, fazendo os bons saírem mais rápido (quem é ruim, aguenta qualquer chicotada quieto mesmo) e também destrói o network para contratações, porque nenhum ex-funcionário vai indicar essa empresa para seus amigos. Em pouco tempo, as opções de bons funcionários decai e se torna um ciclo negativo muito difícil de reverter. Já por outro lado, tratando bem as pessoas, deixando as portas realmente abertas, os ex-funcionários se tornam propaganda para a empresa mesmo quando não estão mais lá.
Empresas burras tem ex-funcionários. Empresas inteligentes tem Alumni."
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